sábado, fevereiro 22, 2014

INSPIRAÇÕES DE CAMERON

INSPIRAÇÕES DE CAMERON 
Madame Bijoux era uma mulher que Jack Dawson teria conhecido em Paris. Jack menciona que ela se apresentava todas as noites num bar exibindo todas as jóias que possuía enquanto esperava por um amor há muito perdido. Jack tinha feito um retrato dela e manteve-o no seu caderno de esboços quando o mostrou junto com outros trabalhos seus a Rose. O desenho é baseado numa fotografia, La môme Bijou au bar de la Lune, Montmartre, feita pelo famoso fotógrafo Brassaï. Em 1932, Brassaï fotografou esta mulher, conhecida como Madame Bijou, num bar em Montmartre, perto da meia-noite. Bijou disse a Brassaï que já tinha sido rica, mas naquele momento vivia de ler o destino (fortune em inglês) nas palmas das mãos dos outros.
Brassaï, nome arstístico do húngaro Julius Halas, foi muito mais do que um fotógrafo. Se é possível capturar a alma em fotos, ele conseguiu. Nascido em 1899, Brassaï chegou a Paris em 1924. Tornou-se amigo de André Kertés, Salvador Dali, Kiki, Henry Miller e Picasso. Em 1929, ao vaguear sózinho pelas ruas, criou o projeto “Paris à noite”, com fotografias que demonstravam o seu amor pelo surrealismo das relações. Brassaï capturou, na luz nocturna de Paris, o insólito, o desconhecido, o que é desprezado. Valorizou as prostitutas, os delinquentes, os trabalhadores nocturnos. 
E transformou a arquitectura parisiense numa personagem de seu delírio: silhuetas de sonhos.
James Cameron fez o trabalho de casa quando preparou todo o grande épico, ele sabia que queria uma coisa em grande, tão grande quanto o tamanho do verdadeiro Titanic. 
Nenhum detalhe foi poupado, até a roupa de Rose DeWitt Bukater, teve o seu cuidado especial. A personagem Rose é retratada como uma jovem de 17 anos, noiva, com um pretendente à sua altura, menina da alta sociedade de 1912. Como tal estaria na moda. 
A revista Les Modes, de Paris, apresenta esta fotografia como uma das tendências da moda de 1912. "Indomentária para a tarde, pela Linker & Co." 

Esta criação de 1912, inspirou a estilista Deborah L. Scott que criou a roupa de Rose DeWitt Bukater, obviamente com algumas alterações. 
Pessoalmente, prefiro o preto na gola e a camisa mais masculina com gravata, feita por Scott, muito adequada à rebeldia de Rose e à importância de se enquadrar o rosto dela quando gira a cabeça para o Titanic ao sair do carro com o seu chapéu. O chapéu de Rose parece uma versão mais pequena do original, mas penso que o laço o tornou muito mais opulento e majestoso. O tecido da roupa original parece ser mais grosso que o usado por Deborah Scott, bem como as riscas mais finas na indumentária usada por Rose, e as mangas grosseiras do original deram lugar a uma dobra mais feminina em Rose. Um ponto a favor da versão elaborada por Scott são os quatro botões da saia, mas em contrapartida parece que falta alguma coisa abaixo dos botões da cintura que poderiam ter ficado ao longo de todo o tecido, ou então ser um pouco mais reduzido no tamanho como no original.


Artigo inspirado nas mensagens de Augusto Soares e Anderson Sousa Lopes no grupo do facebook Sociedade Histórica Brasileira do Titanic

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